Sobrenatural: A Última Chave (Insidious: The Last Key, EUA, 2018)

Postado por José Cláudio Carvalho


Direção: Adam Robitel. Roteiro: Leigh Whannell. Com: Lin Shaye, Leigh Whannell, Angus Sampson, Kirk Acevedo, Caitlin Gerard, Spencer Locke, Josh Stewart, Tessa Ferrer, Aleque Reid, Ava Kolker, Pierce Pope, Bruce Davison, Javier Botet, Thomas Robie. Duração: 1h 43min. Distribuição: Universal.


E esperamos que seja o último...

No distante ano de 2010, a Blumhouse ainda não era a potência oscarizada de hoje em dia. James Wan tinha no currículo o fenômeno Jogos Mortais (2004), Gritos Mortais e Sentença de Morte (ambos de 2007). Em parceria com o roteirista Leigh Whannell, eles criaram o que parecia um remake - muito bem feito - de Poltergeist - O Fenômeno: Sobrenatural (Insidious). O título brasileiro, apesar de  alinhado com a proposta da obra, é tão genérico que uma pesquisa no Google pode exibir os irmãos Winchester nos resultados. Mas o filme, esse sim, me arrisco a dizer que é um neoclássico do subgênero "casa mal-assombrada". Fez sucesso; as sequências seriam questão de tempo. Porém, o segundo encerrou não só a participação de Wan, como o caso da família Lambert, atormentada pelos "espíritos zombeteiros" desde o longa original. Mas viabilizou o prosseguimento da série.



O capítulo 3 foi dirigido pelo próprio roteirista e criador do "insidiousverso" (além de intérprete do atrapalhado Specs), Leigh Whannell. A história é um prelúdio, que retoma um caso resolvido por Elise (Shaye) e seus parvos auxiliares Tucker e Specs. Emulando em partes o trabalho de seu predecessor, Whannell realizou, senão um grande filme, pelo menos algo digno de tocar o legado até então construído. E Sobrenatural - A Origem (título que seria bem mais adequado ao exemplar mais recente) foi bem, o suficiente para que os produtores desovassem uma quarta parte. Trata-se de um novo prelúdio, que volta à infância de Elise e conta os traumas vividos pela simpática vidente.


Traz pão!
Quando criança, a protagonista vivia no Novo México, em uma casa localizada perto de uma prisão onde pessoas eram eletrocutadas. A cadeira elétrica causava quedas de energia e a pequena paranormal dava detalhes sobre a vida e a morte das pessoas executadas. Porém, o pai da garota reprovava seu dom, e a submetia a surras e enclausuramentos noturnos em um porão absolutamente assustador. Em uma noite trancafiada lá, ela provocou um acidente fatal, libertando algo maligno e poderoso. Corta para 2010 e Elise, já estabelecida como uma investigadora sobrenatural, recebe um convite para literalmente enfrentar os demônios de seu passado. Após um breve período de relutância, ela parte rumo às próprias origens.


Não pagou a conta de luz de novo?

O primeiro erro cometido pelo roteirista e criador dos personagens foi ter matado Elise logo no primeiro filme. É claro que Leigh Whannell, além de James Wan e Jason Blum, jamais poderiam imaginar que um filme de baixo orçamento seria o início de uma franquia bem sucedida. E mais: que a carismática Lin Shaye (irmã de Robert Shaye, o fundador da New Line Cinema) se tornaria sinônimo de Insidious. Para que o caixa continuasse a tilintar, o jeito foi aprofundar no passado dela. O recurso, usado na terceira parte, é repetido em Sobrenatural - A Última Chave. O diretor Adam Robiel (de A Possessão de Deborah Logan e Atividade Paranormal - Dimensão Fantasma) assumiu a bronca, entregando um longa com sabor de comida do natal requentada no dia 31 de dezembro. Mas seria injusto culpa-lo cem por cento pelo resultado xoxo, pois a impressão que dá é que o próprio roteirista raspou to tacho.


Tia, tem um bicho feio aqui!

As tentativas de dar certo peso à história, incluindo drama e tragédia, são extremamente superficiais. Não há consequências palpáveis, por exemplo, de um funesto acontecimento no porão. Aquilo é abandonado lá, apenas para que haja algum sentimentalismo no final. Salva-se a outra dimensão, ou The Furter, onde a personagem invariavelmente entra para enfrentar as forças do mal. Mas os espíritos macabros mostrados nas partes 1 e 2 deram lugar a cosplayers da Tamara. O roteiro também força a barra ao conectar a prequela com o Sobrenatural de 2010 (no capítulo 3, isso já havia sido feito com muito mais sutileza e eficiência). Não obstante, há um subterfúgio bem sem vergonha para fazer com que a franquia sobreviva. Mas, cá entre nós? já deu.


Trailer:


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