Aniquilação (Annihilation, EUA, 2018)

Postado por José Cláudio Carvalho



Direção: Alex Garland. Roteiro: Alex Garland, baseado na novela de Jeff VanderMeer. Com: Natalie Portman, Benedict Wong, Sonoya Mizuno, David Gyasi, Oscar Isaac, Jennifer Jason Leigh, Gina Rodriguez, Tuva Novotny, Tessa Thompson, Sammy Hayman. Duração: 1h 55min. Distribuição: Netflix.


Bora lá gente! É de boa...

Depois de The Clovervield Paradoxx (que dizem ser uma bomba, mas ainda não assisti para confirmar), a Paramount cedeu à Netflix os direitos de Aniquilação. Especula-se que, no primeiro caso, o estúdio teria se livrado de um produto ruim. Mas em se tratando de qualidade, a ficção científica (com toques interessantíssimos de horror cósmico) dirigida por Alex Garland, definitivamente não deixa a desejar - ainda que o produtor não tenha botado fé, desanimado por algumas exibições-teste. O diretor estreou com o elogiado Ex_Machina: Instinto Artificial (2014), mas já vinha trabalhando como roteirista há algum tempo. São dele os textos de Extermínio, Não Me Abandone Jamais e Sunshine - Alerta Solar, além do livro que originou o longa A Praia (sim, Garland  desenvolveu uma parceria com o britânico Danny Boyle).

Em seu novo projeto, que é adaptado do livro de Jeff VanderMeer, o primeiro de uma trilogia, Lena (Portman) é uma professora de biologia da Universidade Johns Hopkins. Enlutada há um ano pela perda do marido em uma misteriosa empreitada militar, ela resolve pintar seu quarto, a fim de espantar um pouco das recordações. Eis que, durante o trabalho, ele ressurge das cinzas. Mas há algo estranho; Kane (Oscar Isaac) retornou lacônico, robótico. Após um episódio em que ele demonstra não estar passando bem, a esposa o encaminha para o hospital, mas a ambulância é abordada por pessoas estranhas, e o casal é levado para uma instalação governamental. Enquanto ele permanece internado, é revelado a Lena que um fenômeno desconhecido se agiganta, devorando tudo por onde passa. Denominada "Brilho", a região é cercada por um campo de força semelhante à aurora boreal.


Entre. Por sua conta e risco.
"Um evento religioso. Um evento extraterrestre. Outra dimensão. Temos muitas teorias. Poucos fatos." A psicóloga Doutora Ventress, interpretada por Jennifer Jason Leigh, é aquela personagem obcecada por algo, sem se importar com o perigo que aquilo representa. Ela lidera uma expedição até o farol onde tudo começou. A equipe é toda formada por mulheres. E todas possuem motivos amargos que as levaram até lá - tentativas de suicídio, perda de um ente querido etc.
As áreas afetadas pelo Brilho têm fauna, flora e tudo mais modificados, com várias espécies de flores nascidas de um mesmo pé, ou plantas que mimetizam a estrutura corpórea de seres humanos. Mas além de toda a beleza encontrada pelas exploradoras, criaturas monstruosas também habitam aquele espaço. E o pior: as pessoas que se aventuram a atravessar o campo têm sua estrutura celular alterada, e se transformam em algo "diferente". Um cartão de memória é encontrado na base onde o grupo de Kane havia se estabelecido. Ao coloca-lo em uma câmera, as garotas se veem diante de uma perturbadora revelação. E custam a acreditar, até que novos horrores aconteçam. Em determinados momentos, haja unhas para roer!

Oi gatinha!

O temor diante do desconhecido dá o tom da trama, cuja narrativa é estruturada em episódios e flashbacks. Garland não releu o liro para escrever o roteiro, registrando como ele mesmo se lembrava. Embora eu AINDA não tenha lido o material-fonte, acredito que o resultado chegue perto do que Stanley Kubrick fez em O Iluminado. Ele modificou a história e provocou a ira do autor Stephen King. Do jeito que ficou, sinceramente funciona. O desenho de produção concebeu uma vegetação belíssima, que ainda assim, dá uma senhora sensação de perigo. E os efeitos provocados pelo fenômeno são bastante curiosos. O texto ainda é permeado por elucubrações existencialistas e tem ideias sofisticadas sobre a evolução provocada por aquele evento. Mais um ponto para o diretor, que cria - ou adapta, nesse caso -  histórias inteligentes e reflexivas, sem resvalar em metáforas de colegial ou hermetismo pedante.


A praia do futuro.


 Trailer




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