Direção: Dario Argento. Roteiro: Dario Argento. Com: Leigh McCloskey, Irene Miracle, Eleonora Giorgi, Daria Nicolodi, Sacha Pitoëff, Alida Valli, Veronica Lazar, Gabriele Lavia, Feodor Chaliapin Jr., Leopoldo Mastelloni, Ania Pieroni. Duração: 1h 47min.
Adivinha quem e?
Vasculhando os comentários sobre Suspiria no Filmow, me deparei com a seguinte colocação: "Esteticamente impecável, se não fosse a trilha sonora irritante e um roteiro mais caprichado, o filme seria melhor." Imediatamente, lembrei do famoso bordão: "sabe nada, inocente!". Brincadeiras à parte, não há como julgar alguém não familiarizado com o universo onírico de Dario Argento. Se na primeira parte da Trilogia das Mães, o delírio visual se sobrepunha à história, aqui a coisa degringola de vez. O roteiro é um mero pretexto para que o mestre desse ao mundo uma overdose de mal estar. No longa anterior, Argento introduz o tema "bruxaria", sem se alongar sobre as entidades malignas. Mas em Mansão do Inferno (título nacional bastante equivocado, pois a trama envolve um edifício localizado em Nova York), o assunto vem à tona em sua plenitude.
"Não sei que preço vou pagar por romper o que os alquimistas chamam de silentium. A experiência dos nossos colegas nos adverte sobre não compartilhar nosso conhecimento aos leigos."
Essas são as palavras do alquimista e arquiteto londrino Varelli, que construiu três habitações em lugares distintos do globo. Em Friburgo (Alemanha), na Tanz Akademie, vivia a mais velha, Mãe dos Suspiros (Madre Suspiriorum); Nova York foi escolhida como a morada da Mãe das Trevas (Madre Tenebrarum); a mais bela e cruel, Mãe das Lágrimas (Madre Lacrimarum) vive em Londres. Elas foram as primeiras e mais poderosas bruxas que habitaram a Terra, e de suas casas, a governariam. Em posse de uma edição do livro escrito por Varelli, Rose Elliot (Irene Miracle) desconfia que o prédio onde reside é uma das três habitações citadas pelo construtor. Ela escreve uma carta ao irmão, que vive em Roma, a fim de compartilhar o temor de sua suspeita.
Um rosto maligno de concreto.
Um mergulho...
No mais puro horror!
A iluminação, em que predominam um cromatismo de azul e vermelho (fortíssimos), é sufocante, dá uma sensação de delírio e pesadelo. Dario Argento novamente contou com a produção de seu pai Salvatore e do irmão Claudio, além de uma ajudinha do grande Mario Bava, que dirigiu a sequência dos ratos e colaborou no restante das filmagens, pois Argento adoeceu e teve que deixar temporariamente o trabalho. Na trilha sonora, o habitual colaborador Claudio Simonetti e sua banda Goblin deram lugar a Keith Emerson (do Emerson, Lake & Palmer) O músico não deixou a desejar e entregou um tema simplesmente sensacional! Dessa vez, o cineasta contou com um grande estúdio, a 20th Century Fox, na distribuição do longa. Mas a major não se mostrou exatamente satisfeita com a assinatura de Argento. Seu trabalho é autoral, tem uma forte e inconfundível personalidade. Belíssimo aos olhos de quem sabe compreendê-lo.
CONTINUA...
Sangue e ratos.
Trailer:
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